
Após as fortes chuvas e enchentes que atingiram a cidade no último fim de semana, e com previsão de tempo instável para os próximos dias, o médico infectologista doutor Wilson Luis Oliveira alerta para o risco aumentado de doenças infecciosas, especialmente leptospirose e infecções intestinais, causadas pelo contato direto com água contaminada.
Em entrevista à Rádio Difusora TV, o especialista explicou que a principal preocupação nesse momento é o contato da pele com a água suja e o lodo, que podem conter urina de ratos e resíduos contaminados.
"A leptospirose é uma doença endêmica no Brasil e se agrava durante enchentes. Mesmo quem não tem ferimentos aparentes pode ser contaminado, porque a pele enrugada pela água facilita a entrada de micro-organismos", explicou o médico.
CUIDADOS ESSENCIAIS
O infectologista orienta evitar o consumo de alimentos ou água que tenham tido contato com a enchente, pois podem estar contaminados.
"Os alimentos e objetos atingidos devem ser avaliados por profissionais da saúde. Se houver dúvida, o mais seguro é descartá-los", destacou.
SINTOMAS DE ALERTA
As pessoas que tiveram contato com a água de enxurrada devem ficar atentas durante os próximos 30 dias.
Sintomas como febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dores musculares e diarreia podem indicar infecção.
"Não há necessidade de procurar as UPAs imediatamente, mas, se surgirem sintomas, o paciente deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para avaliação e acompanhamento", orientou o doutor Wilson.
ANIMAIS PEÇONHENTOS E OUTROS RISCOS
Outro risco após enchentes é o aumento no aparecimento de animais peçonhentos, como escorpiões e cobras, que buscam abrigo em casas e móveis.
"No retorno à residência, use luvas e cuidado ao mover objetos, pois esses animais podem estar escondidos. Também há maior circulação de ratos e baratas", alertou o médico.
PÚBLICOS MAIS SUSCETÍVEIS
Segundo o infectologista, crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas ou imunossupressoras estão entre os grupos mais vulneráveis.
"Essas pessoas têm o sistema imunológico mais sensível e podem ter quadros mais graves. A prevenção é o melhor caminho", reforçou.

















